UM PASSEIO POR SÃO LUÍS- BARREIRINHAS E LENÇOIS- MA
Se você quer fazer um passeio para conhecer um pouco da influência portuguesa no Brasil, pode ir ao Maranhão e fazer uma visita à capital São Luís.
Comprar passagens aéreas com antecedência possibilita conseguir preços flexíveis. Em janeiro de 2016 conseguimos passagens pela Gol por $400,00 ida e volta, para viajar em Abril.
Apesar do preço da passagem ser ótimo, enfrentamos dificuldade em encontrar hotel que fizesse check in antes do meio dia, pois o nosso voo chegou lá na capital as 04h00min da manhã. Só encontrei uma pousada (Hotel Pousada Ludovicense) que faz seu check in às 10:00h, então é bom planejar-se para isso e pensar no que fazer caso chegue bem cedo.
Tivemos a sorte de ter um amigo por lá, o Mamede, que nos proporcionou hospedagem e foi um perfeito guia, pois como ele mesmo disse, gosta demais do Maranhão.
Pela manhã fomos conhecer o centro novo da cidade e a orla litorânea com suas belas praias. Passamos por Araçagi, do Meio, São marcos e Calhau e paramos pra almoçar no Bar Pelicano, que fica na areia da praia.
Lagoa da Janssen
Vista da cidade histórica para o centro novo.
Fundada por franceses, invadida por holandeses, mas colonizada por portugueses, a capital maranhense exibe seus enormes casarões decorados com os famosos azulejos portugueses, sendo um deles o maior da América Latina.
“A história está registrada em cada sobrado, azulejo e pedra de cantaria das ladeiras de São Luís, que se tornou Patrimônio histórico outorgado pela Unesco em 1997. Dentre muitos casarões e construções seculares, você encontra o Convento das Mercês, Casa das Tulhas, Igreja do Rosário, Igreja do Desterro, Igreja da Sé, Igreja dos Remédios, Igreja de Vinhais Velho, Casa das Minas, Casa das Fontes, Casa das Pedras, Teatro Artur Azevedo e o Palácio dos Leões, onde está a sede do Governo do Estado.
Pesquisando sobre a história, li em site mencionado ao final desse artigo, que “no final do século XVIII, a colônia portuguesa estava radicada no Maranhão, sob a liderança do governador Joaquim de Melo e Póvoas (1761 – 1775), sobrinho do primeiro-ministro português Marquês de Pombal, o que motivou nos lusitanos uma grande intenção para que vingassem seus negócios nas terras maranhenses. Com a chegada dos primeiros colonos, vindos dos Açores para a antiga Capitania do Maranhão, foi notável a colaboração que eles ofereceram à Companhia do Grão Pará e Maranhão. Aprimorou-se a experiência no plantio do algodão e do arroz, possibilitando à exportação dos mesmos".
“Politicamente, o Maranhão é Nordeste (antes era o "Meio-Norte"). A capital, São Luís, que constitui o primeiro assentamento europeu às portas da Amazônia, é patrimônio da humanidade, pela sua riqueza cultural e por possuir o maior acervo arquitetônico colonial português de origem civil do mundo. É o Estado com a maior população proporcionalmente negra, cafuza, cabocla e mulata do país. O Maranhão é o estado mais miscigenado do Brasil, fato estampado até na sua bandeira".
“A cultura maranhense é um verdadeiro caldeirão de ritmos, talentos, cores, texturas e sabores, que também encerram grande potencial para o turismo cultural, histórico e rural".
O Palácio dos leões.
Teatro Arthur de Azevedo
Se você for em junho, pode ver como acontece em todo o Brasil, a festa junina maranhense. “Com fogueira, bandeirinhas e comidas típicas, tem também o seu diferencial: o bumba-meu-boi. Quando terminam os festejos natalinos, os grupos de bumba-boi, como são chamados, iniciam as reuniões que duram até o fim de abril. Nesses encontros são preparados os enredos, as músicas e as coreografias. Em maio começam os ensaios, que vão até 13 de junho, dia de Santo Antônio. A apresentação só acontece no batizado do boi, que ocorre na véspera de São João, dia 23. Daí se inicia uma grande festa sem hora para acabar. No dia 28, véspera de São Pedro, outro arrasta-pé e no dia de São Marçal, 30, todos se reúnem para a última comemoração.”
“A encenação do Bumba-meu-boi (Patrimônio Cultural do Brasil) é a maior e mais representativa tradição cultural do Maranhão, verdadeira expressão da alma e da formação do povo, cuja base se assenta nos índios, negros e portugueses. Uma das mais antigas manifestações folclóricas da terra timbira, nas palavras de José Ribamar Sousa dos Reis, folclorista e autor de "Folclore Maranhense". O Bumba-Boi é o entretenimento que mais dignamente representa a raça maranhense na sua condição de povo mais miscigenado do país".
“Além do Bumba meu Boi, destacam-se o Cacuriá, o Tambor de Crioula, a Dança Portuguesa, a Dança do Coco, o Bambaê de Caixa, a Dança do Lelê, Dança do Lindô, o Forró de Caixa, a Quadrilha e tantos outros, diferenciadas pelo uso dos instrumentos dos seus principais "sotaques", quer dizer, estilos, ritmos e bailado distintos; sempre com a predominância de um grupo étnico sobre os outros. A festa acontece espontaneamente na rua e é com certeza uma das maiores festas populares do mundo".
“A vocação para a poesia, lirismo, artes e letras do maranhense, já deu ao país grandes escritores, poetas, jornalistas e eruditos de várias áreas, como por exemplo, Aluísio de Azevedo e Gonçalves Dias.”
São Luís traz na sua cultura muitas lendas e uma delas eu transcrevo abaixo:
“Diz a Lenda da Serpente Encantada, que nas galerias subterrâneas que percorrem o Centro Histórico, mora a serpente encantada de tamanho descomunal que cresce sem parar. O gigantesco animal crescerá até o dia que sua cabeça e sua calda se encontrarem levando para o fundo do mar a Ilha, provocando seu completo desaparecimento”.
“Segundo os antigos, a serpente vive nas galerias desde o início do século XV, e ela nasceu nas imediações do Forte de São Luís”.
“A cauda do animal estaria na igreja de São Pantaleão, a barriga na igreja do Carmo e a cabeça na secular Fonte do Ribeirão. Os que já passaram por seus túneis dizem que é possível até ver, através da grade de uma das entradas da fonte, a cabeça do monstro, com seus terríveis olhos vermelhos, com boca aberta e uma língua muito comprida e vermelha saindo do meio dos dentes, como descreve Josué Montello em seu romance Os degraus do paraíso”.
Casarões
É muito legal andar pelas ruas estreitas e visitar as lojinhas de artesanatos feitos com o tradicional fio do buriti. São bolsas, chapéus e carteiras. Tem também os boizinhos e as bonecas feitos de barro e pintados com um colorido especial.
Não deixe de ir à feira da Praia Grande, um mercadão, singular e muito diversificado.
Barzinho no centro histórico.
Prosseguindo nossa viagem, levantamos bem cedo no dia seguinte e por volta das seis da manhã uma van veio nos buscar no apartamento em que estávamos para nos levar ao município de Barreirinhas, um dos que dá acesso aos lençóis maranhenses.
Importante: Quando você chega ao aeroporto de São Luís tem vans que te levam direto à Barreirinhas, caso não seja do seu interesse ficar na capital. O preço em média custa de 50 a 60 reais por pessoa.
Há também a opção de ir pela empresa Cisne Branco, ônibus com saídas diárias entre as seis da manhã e quatro da tarde. Custa $51,00. Optamos por essa empresa na hora da volta pela disponibilidade do horário em estar em São Luís.
O trajeto até Barreirinhas é tranquilo. São aproximadamente 260 km e leva mais ou menos quatro horas e é feito pela BR 135 até o município de Bacabeira e depois pela rodovia MA 402 até Morros quando se deve tomar a BR 402 (conhecida como Translitorânea) até a cidade de Barreirinhas.
Os melhores meses para conhecer os Lençóis Maranhenses vão de maio a agosto, ou ainda em setembro se as chuvas costumeiras caírem entre novembro e abril, caso contrário a região pode estar seca. Então é bom consultar antes de ir.
Em Barreirinhas fizemos reserva no hotel Atairú. De pequeno porte, mas limpo. O café da manhã é bem simples, mas tem o que você costuma comer em casa, como bolos, iogurte, melão ou mamão, pão, café, manteiga e geleia. É servido no espaço da lancheteria Subway que fica na frente do hotel.
O que mais funcionou ficar nesse hotel é que ele fica no deck do Rio Preguiças onde estão localizados bons restaurantes e é o point da juventude se encontrar para tomar sorvete.
Os passeios no Rio Preguiça também saem daqui. As expectativas quanto à cidade me surpreenderam. Esperava que ela fosse pequena, já que não quis pesquisar muito sobre tudo para não tirar o encanto da primeira vez.
Tem alguns restaurantes à beira do deck, o Canoa, bem conhecido, que serve um bom robalo. Na esquina tem o Gaúcho, churrascaria que serve por quilo.
Tem bastante agência de turismo e muitos destinos. Eu fiz o mais comum entre todos, mas é bom saber que o destino do Lago Azul e Lagoa Bonita são distintos, daí que fiquei chateada por não conhecer esta última.
Ao lado do hotel tem um centro de artesanato fantástico pra ninguém se esquecer dos amigos e parentes na hora dos presentes.
O próprio hotel nos vendeu o passeio e uma 4x4 nos levou até a entrada dos lençóis. É muito legal o trajeto que leva em torno de 40 minutos por areias, vilas e estradas apertadíssimas. Só num 4x4. Não se atreva!
O guia nos acompanha em cada uma das lagoas. Conhecemos cinco ou seis e na volta paramos na mais alta para ver o por do sol. Motivo pelo qual se deve fazer esse passeio no período da tarde.
Tempo estimado do passeio: 3 horas. $50,00 cada.
Uau!
Lagoa Azul
Outro destino: navegar pelo Rio Preguiças.
Tempo estimado: 3 a 4 horas. $50,00 cada passageiro.
Você embarca numa voadeira que sai do deck do rio e percorre mais ou menos uns 10 km ate chegar à sua foz na praia de Caburé, passando por Vassouras e Mandacaru.
Em Vassouras é feita uma parada para descanso e comprar lembrancinhas nas barracas de artesanatos e outra vista paradisíaca dos pequenos lençóis.
A próxima parada é em mandacaru. “Uma vila de pescadores bela e bucólica, possui um farol de 32 metros de altura de onde se descortina dezenas de quilômetros de dunas, manguezais, palmeiras e cajueiros. O Farol das Preguiças (Conhecido como Farol de Mandacaru) foi construído em 1940, inaugurado em 1941 pelo então vice Almirante Morais Rego. São 160 degraus e uma vista panorâmica para Mandacaru, Atins, Caburé, Rio Preguiças, Lençóis Maranhenses e manguezais”.
De volta a voadeira seguimos para a foz do Rio Preguiças em Caburé, praia lindíssima, onde existem chalés para pernoite. Existem restaurantes e redes para descanso.
Aqui não gostei da comida, pois além de ser caro, as porções são diminutas.
Alguns dados foram colhidos nos sites:
acesso em 25/05/2016.





























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